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Em março de 2024, decorreu o 3º evento de apresentação global das Agendas Mobilizadoras, que juntou as 51 com contrato já assinado.

O conhecimento que a CNA-PRR tem do trabalho que está a ser feito nas AM, é fruto das dezenas de reuniões que têm acontecido, um pouco por todo o país e que invariavelmente acontecem com líderes ou promotores (muitas vezes em sessões conjuntas) e são quase sempre seguidas de visitas a instalações ou equipamentos. 

Este evento foi, no entanto, muito importante para se conseguir ter uma visão da globalidade das agendas, e foi um momento diferenciador, porque houve lugar a exposição de protótipos por parte de vários consórcios e potenciou a possibilidade de conversações e interações entre AM, consórcios e entidades.  

Há uma tónica de relevo, uma característica desta medida do PRR, que é a contratação de recursos altamente qualificados. São várias centenas e não se reflete apenas nas instituições de ensino superior, as empresas estão também a aumentar a sua capacidade de conhecimento interna.  

Destaque para o registo de patentes, que várias agendas foram relatando, com um número que já supera as três dezenas, e que além de ser importante para a competitividade do país, é um reflexo da invenção em Portugal, que está a ser colocada ao serviço da inovação. 

Os grandes desafios são, a urgência de industrializar protótipos, criar capacidade de fabricação e avançar para a sua comercialização, por forma a rentabilizar o investimento e reter o talento que está a ser recrutado. 

Não sendo objetivo fazer um ponto de situação de cada uma das AM, deixamos aqui algumas notas:

  • Um dos primeiros produtos terminados e que aqui esteve em exposição, é o Accessible People Mover (APM), um veículo de mobilidade elétrica inclusiva para transportar pessoas nos jogos olímpicos e paralímpicos de Paris 2024 e que será produzido em Ovar; de notar ainda uma peça estrutural para automóvel e já a ser comercializada, tendo como cliente uma grande OEM;
  • São várias as novas unidades industriais em finalização ou em construção: para a receção e embalagem de ameijoas, para a produção de proteína, para a reciclagem de fibras têxteis, para a produção de metanol, para a produção de novos fármacos ou para construção de material circulante ferroviário;
  • Há muitos produtos ainda em fase de desenho, entre eles os vagões de passageiros e mercadorias para uma nova indústria férrea nacional, os drones e o aeroplano, as casas modulares de betão e madeira ou a plataforma que permitirá gerir ensaios clínicos virtuais; 
  • Sobressaiu também a existência de protótipos e demonstradores, muitos com escala pré-industrial ou já em experimentação a escala industrial. Desde a inteligência artificial para prevenir a colisão de satélites, a experimentação de novas fibras têxteis com produtos naturais como cânhamo ou linho, ensaios de fertilizantes orgânicos ou ração para cães a partir de insetos, fio têxtil a partir de desperdício de redes de pesca, biocidas homologados ou um micro eletrolisador;
  • Há uma série de projetos demonstradores a entrar em funcionamento, como por exemplo: lojas autónomas na área do retalho alimentar (em Itália) ou um living lab para a área da construção modular (em Braga);

Cada um destes consórcios, que no total mobilizam mais de 1.800 entidades, trabalham para a transformação de cada um dos seus setores, quer seja na transição energética ou na sustentabilidade das matérias-primas, almejando alcançar uma maior quota-parte do mercado global. 

As várias fases de desenvolvimento em que cada uma destas agendas se encontra, não permite balanços globais, nem tão pouco uma clara percepção da entrega de todos os produtos, processos ou serviços com que se comprometeram, mas é evidente a grande responsabilidade e ação que está a ser aqui colocada, pelo que urge também ao IAPMEI, enquanto beneficiário intermediário desta medida do PRR, acompanhar estes esforços, com a adequação da plataforma de gestão de reporte, as análises atempadas dos pedidos de pagamento, a transferência rápida de fundos, sem deixar de responder com celeridade a todas as dúvidas que vão, naturalmente, surgindo ao longo da implementação.  

É essencial que todos as restantes entidades envolvidas nos licenciamentos, das autarquias, aos organismos na área do ambiente ou da coordenação regional, ou a nível regulamentar estejam alinhadas por forma a conseguirem garantir as condições para que os resultados das AM sejam alcançados.

Março 19, 2024