No dia 21 de novembro a CNA-PRR esteve em Leiria, para participar na sessão de apresentação dos 3 Test Beds – InovRecycle, Digitalplas e Test4Food – que envolvem empresas e entidades do ecossistema de inovação da região.
O evento, organizado pelo NERLEI, contou com uma apresentação do Presidente da CNA-PRR, subordinada ao tema “Ecossistemas Regionais de Inovação e Competitividade”, onde destacou a importância de as regiões fazerem uso de toda a sua capacidade instalada bem como das ligações e interligações existentes entre os atores desse ecossistema, com o objetivo de alavancar a inovação.
Tendo como base os últimos dados do European Innovation Scorecard, Pedro Dominguinhos, realçou as conclusões do mesmo, relativamente a Portugal, que demonstra índices baixos, particularmente no que concerne à capacidade de colaboração entre as PME e os restantes atores.
Embora estejam a ser dados passos muito importantes, como no caso das agendas mobilizadoras, agendas da agricultura ou os consórcios da bioeconomia, espera-se que o trabalho a ser realizado no âmbito dos test beds, pela colaboração ao nível da inovação naturalmente necessária para que consigam obter os resultados desejados, venha a ser também, um trabalho impulsionador para a criação deste tipo de colaborações.
Ao considerarmos os sistemas regionais de inovação como um todo, os investimentos PRR no âmbito das medidas STEAM jovens ou adultos, os digital innovation hubs e até mesmo os vouchers para start-ups ou os vales para incubadoras, quando interligados, fortalecem estes ecossistemas, com um impacto muito superior à simples soma das partes.
Encontrando-se ainda em fase final de assinatura dos termos de aceitação por parte das entidades que vão implementar as estruturas e equipamentos de teste, houve algumas entidades que decidiram avançar com os trabalhos e que inclusivamente já têm pilotos terminados. É o caso da Health Tech Portugal, presente nesta sessão e que indicou ter 24 produtos testados.
Atuando na área da saúde, deixaram algumas sugestões para outras entidades que ainda se encontram a preparar o seu modelo de atuação, nomeadamente ter uma boa angariação de produtos para testes, descartando rapidamente os que não se adequam, bem como ter internamente o conhecimento que permita o apoio subsequente aos mais aptos, como é o caso da estratégia financeira, de propriedade industrial, go-to-market , comercial ou de angariação de financiamento.
Como ponto crucial para vir a responder às obrigatoriedades burocráticas, deixaram a nota de que é imprescindível ter um bom sistema de registo, que embora possa não ser o ultimado pelo IAPMEI, poderá ser posteriormente adaptado.
Deram ainda o seu testemunho, os representantes dos test beds DigitalPlas, INOV.Recycle e Test4Food, que apesar de estarem numa fase mais inicial, apresentaram a sua visão e demonstraram que este trabalho inicial de preparação dentro do consórcio é efetivamente de extrema importância, para que os resultados venham a ter lugar e se mantenham as dinâmicas de colaboração no futuro.
Houve ainda o contributo da empresa J.Pereira da Cruz, na vertente do apoio à propriedade industrial, chamando a atenção para algumas questões a que é preciso dar atenção no âmbito destes projetos de teste de produtos ou processos inovadores.
Para as empresas que são as detentores da solução tecnológica a testar, foi deixada a nota da importância de protegerem os seus ativos, quer com acordos de confidencialidade, quer posteriormente com registos de patente (quando aplicável), sendo certo que o segredo começa em “casa” e que é preciso ter atenção a estas questões o mais precocemente possível, para não inviabilizar a novidade e conseguir por isso valorizar ativos, que são muitas vezes cruciais em processos de captação de investimento.
Dezembro 12, 2023