Num estudo recente, publicado pelo European Central Bank, analisam-se os efeitos do Recovery and Resilience Facility (RRF), e os resultados são mistos. Se, por um lado, os investimentos e reformas financiados pelo RRF têm potencial para transformar a economia da zona euro, por outro, desafios na implementação têm reduzido o impacto esperado.
O que já sabemos sobre os impactos?
– Crescimento do PIB: A expectativa inicial de um impacto mais rápido não se concretizou. Em vez de adicionar 0,5% ao PIB ao ano, o crescimento foi de apenas 0,1% a 0,2% entre 2021 e 2023. No entanto, estima-se que o impacto possa chegar a 0,9% até 2026 e 1,2% até 2031.
– Investimentos Estruturais: Cerca de 70% dos fundos estão a ser usados para investimentos de longo prazo, incluindo energia limpa, digitalização e infraestrutura, com um impacto esperado que se estenderá além de 2026.
– Dívida Pública: Para os principais beneficiários, como Itália, Espanha e Portugal, o RRF pode reduzir a dívida em 7-8 pontos percentuais até 2031, reforçando a sustentabilidade financeira.
– Inflação: O impacto na inflação é considerado marginal, com um aumento máximo de 0,1 ponto percentual no pico dos investimentos.
Os desafios e as oportunidades O principal desafio foi a velocidade de implementação. Apenas 40% dos fundos tinham sido desembolsados até agosto de 2024, devido a entraves administrativos, revisões de planos nacionais e fatores externos, como a crise energética. Isso exige uma aceleração dos investimentos nos próximos dois anos para garantir que os fundos sejam utilizados de forma eficaz.
Por outro lado, o programa incentivou reformas estruturais em diversos países, promovendo melhorias na qualidade das instituições e na gestão de recursos públicos. Esse efeito, embora modesto até o momento, pode ser um fator chave para o crescimento sustentável a longo prazo.
E agora? Como maximizar os resultados?
# Acelerar a execução dos investimentos, garantindo que os fundos cheguem à economia real.
# Fortalecer a capacidade administrativa dos Estados-membros, reduzindo burocracias e ampliando a eficiência na gestão pública.
# Garantir a qualidade dos investimentos, focando em setores com maior impacto económico e social, para além e apoiar a transição verde e digital, impulsionando a competitividade e a sustentabilidade da UE.
O estudo pode ser consultado em https://lnkd.in/dyAe8WUA

Janeiro 29, 2025