Roteiros de Proximidade | Grandes empresas | Sonae Arauco
A 14/11 a CNA-PRR visitou as instalações de Mangualde, após ter visitado em jul/23 as de Oliveira do Hospital.
A SONAE ARAUCO é uma joint venture (2016) entre dois grandes grupos industriais- Sonae indústria (Portugal) e Arauco (Chile), com produção de painéis derivados de madeira (MDF) para a construção, mobiliário ou design de interiores e emprega mais de 1.000 pessoas em Portugal.
O financiamento PRR (superior a 25,1 M€), irá permitir alavancar investimento de 65,1 M€ e aumentar a capacidade produtiva e o papel estratégico no mercado europeu de derivados de madeira.
Agenda mobilizadora (AM) TransForm:
Avançam investimentos produtivos na linha de triagem de madeiras usadas (com recurso a IA), bem como na posterior reciclagem (processo inovador), com o objetivo de superar o problema da não reciclabilidade do MDF (aterros ou incineração).
A criação de centros de recolha, a cargo da Ecociclo (até agora inexistentes ou de pequena dimensão), já contam com instalações operacionais no Seixal, Alfena e Souselas e projetos em curso no Penso e na Azambuja, com estimativa de recolha de mais de 45 mil ton/ano.
O PRR está a ser fundamental, bem como o apoio da IKEA (principal cliente), face aos riscos de validação do conceito e payback.
Agenda Mobilizadora PRODUTECH R3
Objetivo: planear e construir uma unidade fabril, para customização de aglomerados e aplicação de capas com diversas cores e texturas.
Para além de moderna e automatizada e com fluxos de produção totalmente integrados e adaptativos, terá ainda recolha automática de informações dos lotes de produção e deteção de defeitos; integração de software avançado (planeamento e gestão da produção ou gestão energética); e digital twin.
A validação de novo termo de aceitação (por alteração no consórcio), está a atrasar significativamente os investimentos (desde abr/24).
Como plano de mitigação estão a avançar com escalas mais pequenas e demonstradores parciais.
Descarbonização
Estão planeados 2 parques fotovoltaicos (Mangualde e Oliveira do Hospital), que permitirão cerca de 35% de autonomia energética.
Neste tipo de projetos tem sido habitual que os tempos em espera por licenciamentos ou autorizações, gastem a maior parte do tempo alocado à execução dos projetos (no PRR).
Para além da aquisição de terrenos contíguos às fábricas e que garantissem as condições exigidas por lei, foi necessário mitigar os impactos. Aguardam ainda as respetivas licenças de exploração.
! Em projetos de grande complexidade, como é o caso da construção e equipamento de unidades fabris (que ainda precisam de ajustes e experimentações), há uma aparente sobreposição da dimensão administrativa e burocrática da administração pública.
Tal como já identificado noutras AM, pode verificar-se uma diminuição da ambição e da inovação, porque o tempo sobrante (dentro do PRR), já não o permite fazer, sendo crucial a prorrogação do prazo entre 4-6 meses.
Fotos: Sonae Arauco
Dezembro 9, 2024