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Em mais uma jornada de proximidade, a CNAPRR deslocou-se no dia 02/10 à unidade fabril da Vista Alegre, em Ílhavo. O grupo possui 6 fábricas em Portugal, dedicadas à produção de vidro, cristal e cerâmica. Com um volume de negócios de 130 M€, exportam 80% da produção para 75 países, num sector onde Portugal é o segundo maior produtor de grés a nível mundial.

A Vista Alegre tem em curso investimentos PRR de quase 30 M€, com financiamento a rondar os 12 M€.

Descarbonização da indústria (várias unidades fabris)
Os investimentos nesta área são apoiados por várias medidas do PRR, sendo que existe continuidade de outros já iniciados em 2020 com o objetivo de diminuir em 15,2% as emissões de CO2 e em 18% o consumo de energia, de que destacamos o que se encontra em curso:
·      Painéis fotovoltaicos, que podem vir a ser complementados com baterias de armazenamento (investimento em avaliação);
·      Reconversão de fornos de 2ª cozedura (responsáveis pelo consumo de mais de 40% do gás natural);
·      Reconversão para eletricidade de fornos para cristal e vidro, permitindo a incorporação futura de gases renováveis;
·      Fornos híbridos adaptados para as peças de cor;
·      Maior eficiência: aproveitamento de ar quente; controlo de iluminação; motores de alto rendimento; substituição de mobília refratária.

Há a necessidade de testar novas tecnologias e a utilização de blends de gases no produto final e esse é um desafio para a I&D, pelo que o trabalho em execução pelo Centro Tecnológico da Cerâmica e do Vidro no âmbito da agenda mobilizadora (AM) ECP | Ecocerâmica e Cristalaria de Portugal será crucial para a implementação destas alterações industriais.

Alguns investimentos, tal como também mencionado por outras empresas, noutras visitas, seriam concretizados mesmo sem PRR. Mas a tónica comum é de que seriam feitos mais lentamente e sem a profundidade e o impacto com que estão a ser feitos. Mas foi também referido que, em alguns deles seria muito difícil realizá-los, mostrando a importância destes apoios para as grandes empresas, situação que se vai tornar mais difícil no âmbito do PT2030.

Constrangimentos:
Na descarbonização (C11) e tal como mencionado no último relatório CNA-PRR, as empresas continuam com cenários de incerteza sobre como comprovar o sobrecusto (modalidade B), por parte do IAPMEI, I.P. – Agência para a Competitividade e Inovação, bem como sobre a definição das métricas e indicadores associados.

Externalidades
Uma nota muito positiva, que é evidente em muitas visitas da CNA-PRR é a alavancagem que os investimentos de grandes empresas trazem a PME, como é o caso da Induzir – Efficiency in Firing ou MLC. Neste caso, a inovação para a reconversão dos fornos ou dos secadores, foi trabalhada em conjunto com empresas portuguesas, que ficam preparadas para industrializar novos produtos e criarem novos setores.

Outubro 14, 2024