Notícias



A 3 de outubro a CNA-PRR foi a Águeda conhecer a agenda mobilizadora AM2R. O objetivo é transformar o perfil produtivo neste setor, aumentar a competitividade e independência face ao mercado asiático, com bicicletas 100% PT. Portugal é o maior produtor da Europa (mais de 2,5 milhões de bicicletas).

Um dos promotores é a ABIMOTA, que junta 180 empresas, um volume de negócios superior a 1,9 mil M€ (56% exportação) e mais de 8.000 postos de trabalho. Esta associação é apoiada pela ANI no âmbito da Missão Interface, para financiamento do BIkinnov, estando a construir estrutura física e a equipar os laboratórios (metrologia, ensaios de materiais e produtos).

É o único laboratório Ibérico que faz certificação de conformidade. A retenção de RH qualificados no pós-PRR e a prestação de serviços para cumprir 1/3 de financiamento são os principais desafios identificados. Estes são também desafios que já foram partilhados com a CNA-PRR por outros CTI de constituição recente.

A AM2R é um consórcio de 47 entidades (38 empresas), com investimento de 213 M€ e  financiamento PRR de 106 M€. A esta data a execução física é de 49% e 11 patentes em estudo. Foi antecedida pelo projeto Portugal Bike Value, dedicado à promoção do setor.

Algumas das empresas promotoras na AM são referências nacionais ou internacionais nos seus segmentos:
 – Polisport (líder da AM2R)- líder de mercado mundial de cadeirinhas de bebé, capacetes, bidões e proteção de bicicletas
 – Triangle’s- única empresa na Europa a produzir quadros de alumínio com soldadura, totalmente robotizados
 – RODI- líder de mercado europeu de aros e rodas de bicicleta
 – Miranda- líder europeu de fabricação de crenques e pedaleiras
– Carbon Team- quadro em carbono mais leve da Europa

A CNA viu alguns dos produtos resultantes da inovação e da transformação industrial. Destaque para o produto Maria Bike (um dos PPS previstos), criado para a mobilidade nas cidades, com um design funcional e inclusivo e baixa pegada de carbono na fabricação (compósitos 100% renováveis, ainda em pesquisa).

🔻Foi partilhado um constrangimento: não foi conseguida resposta do IMT para homologação do produto, pelo que a empresa está a faze-lo em Espanha.

Desafios do setor e da agenda:
🔻     Os atrasos iniciais dos projetos estão a dificultar o cumprimento da meta PRR de dez/25 e uma folga de 3-4 meses permitiria um alívio na pressão, situação que tem sido partilhada de forma transversal em todas as visitas da CNA-PRR no âmbito das agendas mobilizadoras.
🔻     Também partilhado noutras agendas, a rigidez administrativa, bem como ao nível da plataforma do IAPMEI, o que dificulta adaptações naturais de percurso
🔻    A pressão para um passaporte digital das peças e as restrições legais europeias, abre uma janela de oportunidade para as empresas nacionais, antes da readaptação asiática.

Na sequência da apresentação da agenda mobilizadora AM2R, a CNA-PRR visitou também a Miranda Bike Parts (Miranda & Irmão) .

A AM2R tem como objetivo transformar o perfil produtivo no setor das 2 rodas, aumentar a competitividade e independência face ao mercado asiático e criar uma bicicleta 100% PT. Foram vários os exemplos que partilhámos na anterior publicação, que posicionam Portugal como o maior produtor da Europa (mais de 2,5 milhões de bicicletas) e cuja ambição é aumentar essa produção e o posicionamento de inovação.

Na Miranda & Irmão (empresa familiar criada na década de 50), fabricam-se pedaleiras, pedais, rodas dentadas e peças de ligação a quadros. São várias as alterações ao processo produtivo, com apoio PRR, que já se encontram em curso (com 2 patentes):
-Melhorias na produção de rodas dentadas em alumínio (o que permitiu as opções aço e titânio), com nova prensa para alumínio (adaptando antiga), estufas para tratamento térmico do metal (que aquece a 500 graus) e serrote de alta precisão
 -Automatização dos armazéns de peças, em vários locais da fábrica, interligados com ERP
 -Centro de maquinação e fabricação de ferramentas internas em impressoras 3D
 -ERP com digitalização de faturas
 -Laboratório próprio de engenharia, com scanner integrado de 3D

-Digitalização das peças com RFID (anteriormente era manual)

Para responder ao desafio de criar uma identidade de cada peça (e a respetiva pegada de carbono), estão a ser iniciados processos de sensorização e contabilização de gastos em cada fase de produção, tendo sido possível visualizar o software em fase de teste, que automatizará todo o processo.

São já visíveis resultados das inovações financiadas pelo PRR, com inovação das rodas dentadas de alumínio a permitirem aumentar a capacidade de produção, a diversificação da gama de produtos e o volume de negócios em cerca de 15%.

Houve ainda oportunidade de visitar a Triangle’s – Cycling Equipments, S.A.

A AM2R tem como objetivo transformar o perfil produtivo no setor das 2 rodas, aumentar a competitividade e independência face ao mercado asiático e criar uma bicicleta 100% PT. Foram vários os exemplos que partilhámos nas anteriores publicações, que posicionam Portugal como o maior produtor da Europa (mais de 2,5 milhões de bicicletas) e cuja ambição é aumentar essa produção e o posicionamento de inovação.

A Triangle’s é uma empresa detida, atualmente, pelo grupo Semapa. Tem um volume de negócios de 35 M€ (100% para exportação) e dedica-se exclusivamente à fabricação (de forma robotizada) de quadros em alumínio, quer para as bicicletas tradicionais quer para as elétricas, incluindo cargo bikes (utilizadas para a logística de última milha). É a única fábrica europeia que o faz, num mercado dominado pelos produtores asiáticos (Taiwan).

A adaptação para as bicicletas elétricas é a esta data uma realidade e a ambição é atingir a produção de 1 milhão de quadros em 2030, para o que terá que ser construída uma nova fábrica (no pós-PRR).

Com um investimento de 29 M€ e um financiamento PRR de 11,9 M€, destacamos alguns investimentos visualizados:
– Ampliação da fábrica atual;
– Reforço da linha robotizada para a fabricação de quadros;
–  Melhorias da limpeza de linha de soldadura nos quadros (melhoria estética para adequar à solicitações dos clientes).

🔺Desafio partilhado pela empresa:
Os atrasos iniciais dos projetos estão a dificultar o cumprimento da meta PRR de dez/25 e uma folga de 3-4 meses permitiria um alívio na pressão, situação que esta que tem sido partilhada de forma transversal em todas as visitas da CNA-PRR no âmbito das agendas mobilizadoras e cuja indicação dizem também já ter partilhado com o IAPMEI, I.P. – Agência para a Competitividade e Inovação.


Outubro 16, 2024